domingo, 19 de julho de 2015

007. Toda a verdade


Toda a verdade
David Baldacci

Li o livro cerca de um mês atrás e, para não deixar ele de fora do blog, vou fazer um post para ele já. Fiquei sabendo da existência do livro através de fuçadas no Skoob; capa e título me chamaram a atenção e decidi procurar na biblioteca como uma leitura alternativa das que eu geralmente leio e que, sinceramente, já estou um pouco enjoada.

Acabou que o estilo não fugiu muito mas, apesar dos muitos pesares, me agradou.

-NARRATIVA: em terceira pessoa, explorando a cada capítulo um personagem. O começo fica meio confuso porque segue uma apresentação de muitos personagens e chegou uma hora em que eu só ficava me perguntando quem era Caesar e só final obtive essa resposta. Achei que David podia ter apresentado os personagens com uma certa folga para o leitor se acostumar com cada um. Geralmente tinha descrição de cenários, mas nada que fosse extravagante.

-TRAMA: quando me dei conta da trama desse livro eu achei foda e já comecei a pensar que o livro tinha potencial de se tornar um dos meus favoritos, mas o andar da carruagem não permitiu isso. Bem, o fato de Nicolas Creel planejar uma guerra fria para ter o armamento do mundo todo e gerar dinheiro para sua empresa Ares Corporation é genial. Tudo o que o cara planeja, sai certinho em prática, e isso acaba sendo até um cutucão no mundo em relação a veracidade de informações, já que a galera hoje em dia compartilha um monte de coisas sem saber se é real ou não.
Bom, o fato é que David vai incrementando a trama dele com assuntos que são pouco trabalhados e isso acaba decaindo o livro dele. Um romance meia-boca aqui, uma jornalista sem noção ali, um cara que ora é super vilão, ora salva a vida de Shaw. E eu ficava me perguntando em que buraco a história iria chegar.

-ORIGINALIDADE: o início da trama é original, mas aos poucos, quando começa a avançar para o meio/fim, a originalidade se esvai e David apela para acontecimentos previsíveis ou típicos de cenas de ação. Personagem Katie não é nada original e o cenário do final do livro também não; até parecia que eu estava lendo Ponto de Impacto de Dan Brown novamente, rs.

-PERSONAGENS: comentando da Katie que já falei mal: a mina é uma cópia barata de Lisbeth Salander, na boa. A mina é uma anta perdida que está no meio de uma investigação super foda. Tipo, David, pelo amor de Deus, atrasasse a edição do livro em um ano, mas põe ao lado de Shaw uma mina que mereça. PORRA!
Frank é um cara super cuzão no início, quase morreu pelo tiro que Shaw deu em sua cabeça e, do nada na história, o cara passa a salvar Shaw, fala com os pais de Anna para manerarem no tratamento com Shaw. Bem contraditório.
Mas bom, como nem tudo é péssimo, gostei da construção de Shaw, mostrando desde quando ele estava no orfanato sendo bullinado, o romance com Anna, como conheceu cada um dos personagens. Nicolas Creel é o vilão, obviamente, o cara que você sente ódio, mas é um personagem bem trabalhado também. 
E por fim, Anna. Gente, eu não sei o porquê, mas eu amei essa personagem. Ela aparece tão pouco, é tão pouco desenvolvida por David, mas nossa, toda vez que eu via o nome dela o coração apertava. Talvez seja porque desde o início do romance meia-boca tenha ficado na cara que ela ia morrer, e na hora que ela morre eu desabei e fiquei em cho-que. Foi muito triste mesmo essa morte.

-CLIMAX: o livro tem muita ação, mas aquele tipo de ação que se for para as telonas será demais, mas os meus momentos preferidos tem a ver com Anna. Um ápice na morte dela, que realmente foi incrível para mim. Ela escutando os tiros vindo do corredor para a sala dela, e aquela agonia de ela sair logo do prédio. E no fim, morre daquele jeito besta que nem Deus planejaria. Outro ápice para mim foi quando Frank e Katia conversam com os pais de Anna e eles vem pedir desculpas para Shaw pelo medo que eles o trataram anteriormente. Deu até uma coisinha no meu coração, mas eu não chorei, rs.

-DESFECHO: infeliz. Não sei o que aconteceu com David, mas nossa, que final mais previsível; que fim mais bobo. Começando pelo clichê de na hora H a arma travar e não atirar, até o vilão virar pó e ninguém saber como. Coisa que só uma boa bomba faz. E como eu já comentei, o final do livro me lembrou muito o final de Ponto de Impacto. Não gostei do final mesmo.

-DESIGN: a capa e o título foi o que me levou a ler o livro, então acho bonitas e, tirando a geleira, achei coerente. Gostei da distribuição de capítulo, letra, papel.

-UMA FRASE: tem frases muito boas mas fico com a da capa: ''Por que perder tempo descobrindo a verdade quando se pode facilmente criá-la?''

-OUTROS COMENTÁRIOS: nada demais. Fiquei chateada por esse não ter entrado em um dos meus preferidos, tinha um bom enredo, mas David caiu em contradição e em acontecimentos previsíveis de autor que está de saco cheio do livro e quer acabar de qualquer forma. Um tanto triste.

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