domingo, 15 de novembro de 2015

015. A Escolha dos Três


A Escolha dos Três
Stephen King

Continuando a série A Torre Negra. Estava curiosa para conhecer os personagens que vão acompanhar Roland nessa história, e não, não tinha pensado ao certo que dotes esses personagens poderiam ter antes de ler. Hoje se eu fosse pensar, pensaria em algum profissional da saúde, uma tiazinha bem sensual e um vidente. Mas também não sei até que ponto personagens assim iam conseguir apimentar a história.
Vamos a ela...

- NARRATIVA: Stephen continua em terceira pessoa, mas a cada tópico ele tenta apontar o ponto de vista de cada personagens relevante na hora. Então o leitor fica sabendo ao certo como ocorre o desenrolar da história. O autor também continua descritivo, mas não tanto no sentido de paisagem, mas do que está em volta de cada personagem, como é o seu mundo, como são as pessoas. Gosto bastante quando Stephen faz comparações entre o nosso mundo e o de Roland, por exemplo quando Jack vai a drogaria e Roland acha que vai encontrar um lugar escuro, com caldeirões, poções, um feiticeiro e no fim a drogaria é algo completamente diferente do que ele pensava. Acho interessante esse tipo de conflito entre mundos legal e a forma como é narrada.

- TRAMA: a história da série mesmo pouco se desenrola. Este volume é voltado somente para a escolha dos três personagens que vão acompanhar Roland. Ao final, teremos eles todos juntos.
A forma que eles são escolhidos e quem são eles é um espetáculo a parte.
Roland chega a uma praia no seu mundo, é ferido por lagostrosidades e segue sempre andando para o Norte da praia e, nisso, ele encontra três portas gravadas na areia que o transporta para a consciência de uma pessoa em uma época diferente da sua e de um mundo diferente do seu. No momento em que Roland tem este portal aberto entre os dois mundos ou entre o ele e o outro personagem escolhido, ele pode intervir e meio que tomar o lugar do personagem, como uma possessão.
Além de escolher seus três parceiros, Roland também procura medicamentos e munições nos mundos que conhece através do portal.

- ORIGINALIDADE: gostei da forma como Stephen decidiu escolher os personagens. Naquele instante em que a porta está aberta e Roland entra, ele têm total acesso à consciência do personagem e, tornando-se tudo muito transparente. É como é comentado no próprio livro: esse tipo de relação que há entre os escolhidos é mais intima que uma relação sexual. E fora, isso, me remeti um pouco a série Sense8 com essa jogada de personagens terem uma relação intima e inusitada com alguém que eles nunca haviam visto antes.

- PERSONAGENS: é o ponto forte do livro. Como comentei no início, eu escolheria personagens com certos dotes, mas Roland não tem essa oportunidade, é algo maior que ele, ou até mesmo o Homem de Preto que decide quem vão ser os escolhidos. No fim, na primeira porta vêm o prisioneiro, Eddie Dean, um jovem viciado em heroína que vive nos EUA na década de 80. Na segunda porta, a Dama das Sombras, Detta e Odetta Walker, duas personagens em uma: uma negra sem as pernas que vive na década de 60 também nos EUA. A terceira porta, da Morte/Empurrador, apresenta Jack Mort, um assassino em série que machuca por prazer, responsável pela porte de Jake (do Vol1), do acidente de Odetta/Detta quando era pequena e pela amputação das pernas delas.
Stephen faz questão de nos deixar a par de quem é cada personagem e como eles pensam e vivem suas vidas. Os meus preferidos são Jack e Detta, com um grande holofote em Detta. Essa mulher é uma uma diva malévola no livro! Toda vez que ela aparecia, eu ficava doida para saber o que ela ia aprontar, rs.
E bom, citando algo que não gostei: romance entre Odetta e Eddie logo de cara? Achei meio desnecessário e forçado, mas né, engoli.

- CLIMAX: tudo que acontece no livro, me deixava de certa forma com um sorriso no rosto, mas o que mais me deixou mais animada foi quando Stephen revela que Jack é o responsável pela morte de Jake e pelas desgraças de Detta/Odetta.

- DESFECHO: terminei o livro cheio de dúvidas, não pelo que vai vir, mas pelo que ficou para trás. Não entendi muito bem quem é Susannah, se ela tem pernas. Cheguei a ler resenhas e não me ajudou tanto. Ela é uma incógnita na história por ora. Acho que só no próximo livro vou desfazer essas dúvidas, mas eu não sei... sinto que vou gostar bastante dessa personagem ainda. Tenho uma expectativa boa por ela.
Fiquei feliz por Roland ter salvo Jake, por ter melhorado de sua infecção e ter salvo Eddie. Em contrapartida, não sei se fiquei tão feliz com a morte de Jack, já que o cara poderia apimentar bastante essa história, e até mesmo Detta, mas Detta é uma incógnita ainda, né... enfim.
Se alguém leu esse livro e puder me dar uns toques sobre Susannah, e suas impressões, só escrever nos comentários aí de baixo.

- DESIGN: capa bonita com as portas/portais de escolha de personagens. O livro teve grande melhora no sentido de tópicos e distribuição de capítulos. Está muito menos cansativo que o primeiro.

- UMA FRASE: teve muitas, mas a que fez sentido para mim na hora que eu li: ''Se você pode suportar isto, pode suportar qualquer coisa''.

- OUTROS COMENTÁRIOS: parceiros escolhidos, Roland continua o picão das galáxias, agora que tenho todo o embasamento, posso começar, de fato, a história. Continuo ansiosa para os próximos livros e para descobrir ao certo quem é a Susannah. Mas tem tempo ainda. Vou ler As Terras Devastadas apenas no ano que vem.

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