
A Morte da Luz
George R.R. Martin
É tanta gente falando das Crônicas de Gelo e Fogo, da série Game of Thrones que eu fiquei bastante curiosa para conhecer o autor. Já comentei anteriormente que sou metódica, então resolvi pegar o primeiro livro escrito por ele para já começar a manjar a pegada dele e ver se curto o estilão. Já adianto que o cara realmente me surpreendeu e merece a fama que tem.
-NARRATIVA: demorei umas boas dezenas de páginas para pegar no tranco e aceitar a escrita do caro George. Muitos termos não são conhecidos cotidianamente, então vira e mexe eu estava tendo que consultar aquele glossário no fim do livro, que acaba sendo meio massante. Mas o fato do cara ser muito descritivo faz com que leitor entre realidade que ele inventou, e surpreendentemente, ele conseguiu me transportar para lá e tenho vontade de ficar lá para sempre. Além disso, gostei muito dos diálogos que rola entre Kavalarianos.
-TRAMA: parando para pensar sobre a trama eu percebo que não tem nada de demais. Dirk recebe a Joia Sussurante de Gwen e vai ao encontro dela por causa de uma antiga promessa. Sai do mundo que está e vai para Worlorn ao encontro de sua ex-amada. Aos poucos vai descobrindo sobre os povos que têm cidades em Worlorn, vê a encrenca em que Gwen se meteu e a história vai se desenrolando com uma série de conflitos entre culturas, muita matação, traição e tudo. Mas se eu parar para pensar na história mesmo.... é complicado, acho que o maior ensinamento deste livro é: não prometa nada a ex e não volte para ela se vocês já não deram certo uma vez. Gwen é uma grande encrenca, meu pai eterno. Antes Dirk tivesse ficado em Braque estava curtindo a paz e coçando o saco.
-ORIGINALIDADE: nesse aspecto a nota do livro tende a ser igual a equação aí de baixo.
lim (x->0) 1/x = ∞
As vezes uma equação diz mais que palavras. Haha. Enfim, o cara é um gênio da originalidade. Ele criou um planeta que não sobre ação da gravidade dentro de um Universo. O planeta entra em órbita no Universo e vai sair daqui a 50 anos, mais ou menos. E aí todos os mundos vão e constroem uma cidade neste planeta. Algumas pessoas moram lá, outras estudam, mas é só. Genial o plano de fundo, com um planeta novo, ecossistema novo, Universo novo.
Além disso, vem a questão de cada mundo ter sua cultura, sua linguagem, seu ponto de vista, sua arquitetura, sua relação com humanos. O cara inventou muita coisa de uma vez só e trouxe essa imensidão para esse livro. Olha, eu fiquei boquiaberta com Larteyn, a cidade do vento que toca música... Desafio então! Meu Deus! Que sonho maravilhoso aquela cidade!
-PERSONAGENS: podem ser considerados outro ponto alto deste livro. George trabalha muito bem com a particularidade de cada personagem e de sua cultura. Tive vários personagens favoritos e todos eles são Kavalarianos (sim, me julguem): Jaan, Bretan Braith e Garse. O kindissiano é uma besta que eu tive vontade de matar e Gwen uma sonsa. Mas faz parte, George escreve bem sobre a essência feminina.
-CLIMAX: Fiquei esperando acontecer e acho que não aconteceu. O livro tem partes boas como quando Gwen e Dirk fogem para Desafio, ou quando Garse entrega Dirk para os Kavalarianos. Mas fiquei o livro inteiro esperando para ler um Duelo e ele não acontece, já que Dirk foge... e no final inicia-se um Duelo e não sabemos como foi o desenrolar, então posso dizer que foi um desapontamento neste quesito.
-DESFECHO: quê desfecho? Não gostei do suicidio do Kindissiano. Não gostei de Gwen viva e recusando a Joia Sussurante. Não gostei de Dirk indo batalhar com Bretan e não ter um final. Sei lá, tive a impressão que George queria continuar essa história de alguma forma, em um outro volume e o volume não foi lançado, rs.
Mas bom, não teve um final escrito. Não teve um novo volume da história.
O que posso concluir é o que eu simplismente penso: Bretan obviamente ganha de Dirk e depois acha Jaan e Gwen e mata os dois também. Fim. Bretan Braith é fodão.
-DESIGN: capa linda, acho que os dois são Jaan e Gwen em não sei onde, rs. Gosto da letra, mas os capítulos são muito grandes.
-UMA FRASE: tem muitas falas bonitinhas de Dirk que eu me identifiquei. Umas no início do livro, outras na página 79, 93... mas como os fins não justificam os meios, fico com a famosa sabedoria Kindissiana: ''Seu inimigo tem um inimigo''.
-OUTROS COMENTÁRIOS: como já mencionei antes, o livro foi uma surpresa agradável graças aos personagens, suas culturas, e o ambiente de Worlorn criado por George. A história em si achei bem boba e inconclusiva. Não entendo como o Kindissiano, que vem de uma cultura contra violência, que não suja a mão de sangue, pôde se matar. Muito ruim isso, porque eu estava torcendo mais pela morte dele do que belo bando de Braiths, e o cara nem dá o gostinho de matarem ele. Poxa.
Outra coisa... fiquei 3 meses lendo esse livro, ora por falta de tempo, ora por falta de vontade. Três meses atrás eu achei linda a promessa de Gwen e Dirk em relação à Joia Sussurante. Por tempos eu fiquei imaginando se eu tivesse feito uma promessa dessas a amada me mandaria a Joia dela. Hoje chego a conclusão que não. E eu teria enviado a minha, mas teria me arrependido. Bom, o mais legal é que hoje, três meses depois do início da leitura já não acho mais a promessa bonita, mas sim como se a gente desenterrasse um problema, rs. (sim, estou um amor ultimamente)
Por fim, estou preparada para iniciar as Crônicas de Gelo e Fogo! Ainda esse ano eu leio o primeiro volume. Mas agora é hora de voltar para A Torre Negra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário