
A Marca de uma Lágrima
Pedro Bandeira
Em julho do ano passado comentaram sobre esse livro comigo e eu coloquei na lista para ler. Mês passado peguei na biblioteca A Droga da Obediência pensando que fosse esse livro, mas ok. Foi um erro bom porque se este daqui fosse meu primeiro livro de Pedro Bandeira, acho que não voltaria a ler ele. Simples assim.
-NARRATIVA: escrito em terceira pessoa com linguagem adolescente. Isabel é uma garota que curte e sabe escrever poesias, então dá um toque literário à obra, e sempre que possível, Bandeira coloca as poesias dela associadas com autores mais conhecidos como Fernando Pessoa, Augusto dos Anjos, o tio da Morte e Vida Severina. Eu gosto dessa forma que ele escreve, remetendo outros autores para que a moçada que se interessar, saber onde encontrar poesias de qualidade.. (ou não).
Pedro Bandeira também aposta no humor em algumas partes, um humor negro que me deixou sorridente.
-UMA FRASE: ''É melhor um fim trágico do que uma tragédia sem fim''.
-OUTROS COMENTÁRIOS: a garota que me falou desse livro falou que chorou e eu realmente não entendo em que parte isso pode ter acontecido. Também li resenhas que falam que a beleza interior é mais bonita que a exterior, que Isabel é bonita nas cartas, que as poesias dela incentivou os jovens leitores a escrever também... enfim. A minha opinião é bem diferente, nem parece que vivemos no mesmo mundo.
No mais, quando Isabel tá delirando nos calmantes, Pedro mostra os pensamentos da garota para o leitor, e no fim do livro sabemos que o delírio não se passava apenas na cabeça dela, mas que ela falou tudo aquilo dentro da ambulância e no hospital. A propósito, não sabia que grandes doses de calmante pode deixar a pessoa faladeira, parece antagônico, mas acho que já ouvi falar sobre isso num passado distante, sei lá. Não deixa de ser interessante.
-TRAMA: achei confuso. O primeiro capítulo é completamente voltado para a paixão de Isabel pelo primo (pelo primo??), que ama Rosana e como isso vai se desdobrando. Ao meu ver esse primeiro capítulo até parece um conto. Aí vem o segundo capítulo com o assassinato da diretora da escola, investigação e parece que toda a paixão fica escondida de certa forma. Para mim pareceu outro conto com personagens novos e alguns que o leitor já conhece. Aí o terceiro acontece no hospital.
-TRAMA: achei confuso. O primeiro capítulo é completamente voltado para a paixão de Isabel pelo primo (pelo primo??), que ama Rosana e como isso vai se desdobrando. Ao meu ver esse primeiro capítulo até parece um conto. Aí vem o segundo capítulo com o assassinato da diretora da escola, investigação e parece que toda a paixão fica escondida de certa forma. Para mim pareceu outro conto com personagens novos e alguns que o leitor já conhece. Aí o terceiro acontece no hospital.
Quando soube que a diretora morreu fiquei feliz, mas só depois que o leitor fica sabendo que ela era obesa simpática. Talvez se ele reservasse algumas linhas do primeiro capítulo para apresentar a diretora, eu teria ficado triste, mas não há esse tipo de ligação nos capítulos. Do nada surge Olga, Brucutu, Virgínia, diretora. Como o cenário é em parte a escola poderia ter apresentado os personagens com uma antecedência para o povo ter carisma.
E antes que eu me esqueça, a trama em si é confusa mesmo. Parece que a mina queria se matar, toma calmante e no fim não queria se matar. Isabel confessa o que sabe para o investigador e Olga, mas no fim não era Olga, era Virgínia. Quando estava no hospital, confunde novamente Olga com Virgínia. Quanta confusão para um livro infanto-juvenil.
-ORIGINALIDADE: eu sinto a originalidade em Bandeira, mas não sei explicar ao certo em que aspecto. No início acabei associando Isabel a Macabéa, depois com o plano de Olga eu remeti a Droga da Obediência. Mesmo eu associando as partes do livro com outras obras, eu sei que a originalidade de Bandeira está presente.
-PERSONAGENS: a mais bem trabalhada é Isabel e ponto. Cristiano é o Deus grego que a mãe fala que é inteligente, Rosana é a mina bonita e anta (tííípico), Brucutu é o bruta montes. Quando consigo designar adjetivos aos personagens, geralmente acho eles vazios, assim como pessoas.
-ORIGINALIDADE: eu sinto a originalidade em Bandeira, mas não sei explicar ao certo em que aspecto. No início acabei associando Isabel a Macabéa, depois com o plano de Olga eu remeti a Droga da Obediência. Mesmo eu associando as partes do livro com outras obras, eu sei que a originalidade de Bandeira está presente.
-PERSONAGENS: a mais bem trabalhada é Isabel e ponto. Cristiano é o Deus grego que a mãe fala que é inteligente, Rosana é a mina bonita e anta (tííípico), Brucutu é o bruta montes. Quando consigo designar adjetivos aos personagens, geralmente acho eles vazios, assim como pessoas.
Enfim, Isabel é o centro. É a adolescente que se acha feia, que acha que ninguém gosta dela, de certa forma, nerd, sem ter com quem conversar, descobrindo a sexualidade, sem estrutura familiar. Um parênteses, que família.... Fecha parênteses. No final ela é taxada de gênia e tals, eu não achei, achei ela confusa.
-CLIMAX: para mim o climax é sempre que ela está conversando ou brigando com o inimigo, o espelho. No fundo, só nós sabemos o quais são os nossos pontos fracos e a imagem do espelho, neste caso, vem a calhar.
-DESFECHO: gostei de Isabel finalmente ter percebido Fernando e ter ficado com ele. Mas o final também fica um gosto de jovem que sobreviveu a um suicídio e isso, para um livro infanto-juvenil, acho complicado.
-DESIGN: a capa dessa edição dá uma sensação de livro triste, o que não é exatamente o que eu encontro dentro. Já vi capas de outras edições que eu acho mais coerente. No mais, gosto da distribuição dos capítulos, a letra grande.
-CLIMAX: para mim o climax é sempre que ela está conversando ou brigando com o inimigo, o espelho. No fundo, só nós sabemos o quais são os nossos pontos fracos e a imagem do espelho, neste caso, vem a calhar.
-DESFECHO: gostei de Isabel finalmente ter percebido Fernando e ter ficado com ele. Mas o final também fica um gosto de jovem que sobreviveu a um suicídio e isso, para um livro infanto-juvenil, acho complicado.
-DESIGN: a capa dessa edição dá uma sensação de livro triste, o que não é exatamente o que eu encontro dentro. Já vi capas de outras edições que eu acho mais coerente. No mais, gosto da distribuição dos capítulos, a letra grande.
-UMA FRASE: ''É melhor um fim trágico do que uma tragédia sem fim''.
-OUTROS COMENTÁRIOS: a garota que me falou desse livro falou que chorou e eu realmente não entendo em que parte isso pode ter acontecido. Também li resenhas que falam que a beleza interior é mais bonita que a exterior, que Isabel é bonita nas cartas, que as poesias dela incentivou os jovens leitores a escrever também... enfim. A minha opinião é bem diferente, nem parece que vivemos no mesmo mundo.
Todo mundo acha beleza interior, poesias e cartas bonitas da boca para fora, durante a ressaca do pé na bunda do bonitão. Mas depois a vida é nova... essa é a realidade.
Outra coisa, quando Isabel conhece Fernando ela só dá bola fora com ele, só fala coisas mal-criadas. Duvido que se uma mina hoje em dia saia acompanhada de uma festa se tomar as palavras de Isabel.
Outra, o fato de Isabel ficar falando toda hora que ama Cristiano, desde o segundo que viu ele na festa é muito chato. Não é a toa que o famoso ''eu te amo'' não vale de mais nada. Tanta mocréia falando de amor sem conhecer direito o objeto de amor...
E ainda mais outra... livro INFANTO-juvenil com partes de ''E agora, Cristiano, quer tirar minha calcinha?'' Sério, gente? Qual a necessidade disso? Parece até a Xuxa no programa dela contando uma piada para um menino de uns 6 anos: ''Uma garota tava na faculdade e a amiga dela perguntou se deu para passar e a garota responde: DEI''. Sério. A criançada vai ter tanto tempo e pressão suficientes para descobrir sexualidade e um livro desses não seria o local certo para abordar isso.
Agora chega de críticas: esse lance de Isabel falar tudo o que pensa enquanto está inconsciente era um antigo medo meu. Paixões, sexualidade, amizades... tanta coisa que a gente pensa quando é jovem que pode ser colocado contra nós mesmos. Aliás, depois de adultos isso pode ser o medo de tanta gente ainda. Que bom que não é mais um problema para mim.
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